quarta-feira, 22 de junho de 2011

Que Saudade!!!

As crianças também sentem saudades?
Sim, principalmente quando são privadas de alguém muito querido.
Se nós, adultos, sentimos saudades mesmo dos que estão vivos, imagine quando eles vão embora de vez.


         Pensar em estratégias de acolhimento é muito importante. A escola pode se preparar para diminuir a dor das perdas e possibilitar que o luto, por exemplo, seja vivido de forma saudável. Mas como fazer isso? E é nossa função fazer isso?
         Hoje mesmo soube o quanto uma criança havia mudado com a perda do pai e, foi ai que percebi a importância de reafirmar que o educar e o cuidar são indissociáveis.
A vida traz inevitáveis perdas, seja de um amigo, de um parente querido. Sempre que um desses eventos ocorre, passamos pelo luto, um processo psicológico que atinge o indivíduo, sua família e os grupos da sociedade dos quais ele participa. E as crianças também enfrentam operíodo doloroso. Embora as menores não compreendam inteiramente a ideia de morte, o assunto deve ser discutido na escola para que elas tenham a oportunidade de trocar opiniões com os colegas e também encontrar apoio para o sofrimento. (NOVA ESCOLA, 2010)
         O tema não é fácil de ser discutido, mas é preciso fazer tal discussão. Usar a sinceridade e as diferentes linguagens permite que a criança se expresse e externalize sua dor. Filmes infantis muito contribuem para com o trabalho na escola infantil, dentre eles destacamos: Bambi, O Rei Leão e o Vale Encantado.
         E, entre tantos textos que discute o assunto encontrei este de Graziela Zlotnik Chehaibar que aborda de forma suscinta a questão:
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Como Lidar com o Luto Infantil 
Esconder e inventar histórias sobre morte para as crianças não é melhor forma de evitar a tristeza ou a confusão pela perda de um ente querido.
Constantemente as crianças estão em contato com filmes, noticiários ou mesmo desenhos nos quais, de alguma forma, o falecimento entra como assunto. Mesmo assim, muitos pais, parentes ou amigos tentam proteger os pequenos da tristeza escondendo ou contando histórias "amenizadoras¨, o que pode gerar problemas futuros.
É comum que a criança se sinta triste com a perda de um ente querido, e isso pode durar algumas semanas, já que além da perda ela também pode ser sentir um pouco desprotegida, pois seus parentes também estão tristes reservando menos espaço para seus cuidados. Passado este período de ¨luto¨ a criança se prepara novamente para sua rotina, mas pode continuar triste, com saudade da pessoa que faleceu, até achando que ela irá voltar. Por isso é importante que não se esconda da criança o que realmente aconteceu.
Inventar histórias como ¨foi viajar¨, pode deixar a criança muito confusa. Ela cria a expectativa de que a pessoa irá mesmo voltar e se sente frustrada quando percebe que foi enganada e pode também vir a não aceitar a verdade.
A reação da criança frente à perda está totalmente relacionada à maneira como as pessoas mais próximas abordam o assunto. Com a morte de um ente querido a criança se sente vulnerável, acha, por exemplo, que se perdeu o pai também perderá a mãe, e assim por diante. Por isso é importante que ela tenha espaço para exprimir seus sentimentos, seus desejos, deixando a critério dela, por exemplo, a ida ao velório.
A idade também é um fator predominante no entendimento da criança. As pequenas entendem a morte como algo que acontece só com as outras pessoas e quando acontece, por exemplo, na sua família, ela acredita que é reversível, que a pessoa voltará. Só a partir dos 10 anos ela passa a entender a perda como realmente é de fato. Mesmo que a idade não permita que a criança entenda direito a perda, a conversa sobre a morte de um ente querido deve ser clara e sem mentiras.
Abrir um espaço de conversa para expor à criança que a morte não é um castigo, mas sim um acontecimento natural é muito importante. Muitos se culpam pela situação, ¨minha avó morreu porque eu briguei com ela¨. Por isso, mostrar aos pequenos que nossa existência é finita e que todos irão morrer um dia também pode ajuda-lo na compreensão da perda.
O tempo é um grande aliado para que a perda seja assimilada e aceita. Quando o tempo passa e as mudanças no comportamento não se modificam como: tristeza, medo, sentimento de culpa, desejo de isolar, excesso ou ausência de sono, cansaço, dores, desinteresse, ansiedade e outros fatores que podem prejudicar seu relacionamento, na escola ou com os amiguinhos, é importante que se busque ajuda de um profissional para elaborar o luto da melhor forma possível. [...]
Fonte: http://blogdarosecleia.blogspot.com/2010/05/como-lidar-com-o-luto-infantil.html

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Curiosidade:

Desde pequena, a criança já entende a ideia da morte - o que muda ao longo dos anos é a concepção dela sobre a perda. Até os 5 anos, a criança considera a morte reversível. Depois, começa a entender a finitude, mas ainda não a concebe como universal - acha que ela não pode vir para alguém jovem, por exemplo. "É somente por volta dos 10 anos que passamos a compreender a morte com mais clareza", explica Maria Júlia. Nesse sentido, a participação em rituais como velórios e enterros, ainda que dolorosa, é importante para auxiliar na complexa construção do que significa a morte (leia o quadro abaixo).


Mostrar a dimensão cultural da morte

A perda de um bichinho de estimação também é uma maneira de educar uma criança para a morte e o luto. "Emocionalmente, o impacto é menor do que perder a mãe, por exemplo, mas pode ser maior do que a morte de um parente distante. O luto da criança pela perda de um animal deve ser respeitado da mesma maneira", observa Valéria. No início do ano, os educadores da Creche Central da USP, na capital paulista, se viram diante de uma situação como essa e precisaram alterar a programação das atividades para se voltar a um fato que mobilizou todas as crianças: um jabuti que vivia no local morreu e com isso surgiram perguntas e inquietações por todos os lados. Depois de esclarecer os fatos, a escolha foi elaborar um trabalho para que a morte fosse aceita e compreendida. "Fizemos uma assembleia com todos para decidir o destino do corpo. Por fim, com o consentimento de todos, realizamos uma cerimônia simbólica, seguida do enterro", conta o coordenador Rodrigo Flauzino. Para ele, o importante era que os pequenos não só lidassem com a morte mas também participassem do ritual para compreender sua dimensão cultural.
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Dicas de atividade:
BIBIANO, Bianca. 5 pontos para abordar a morte em sala de aula. Disponível em:  http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/cinco-pontos-abordar-morte-sala-aula-567951.shtml.

Para enfrentar o luto. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/6580686/Para-Enfrentar-o-Luto.

Para saber mais, leia:

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