segunda-feira, 6 de junho de 2011

História do Planejamento na Educação Infantil

O ato de planejar pressupõe o olhar atento à realidade. [...]
Para mim, elaborar um “planejamento bem planejado” no espaço da educação infantil significa entrar na relação com as crianças (e não com os alunos!), mergulhar na aventura em busca do desconhecido, construir a identidade de grupo junto com as crianças.[...]

          Para se falar de Planejamento na Educação Infantil  é necessário refletir historicamente a respeito do tema. Quais e como são escolhidas as atividades é ponto relevante a ser discutivo, já que as intervenções na escola infantil perpassam a sala de aula e a hora da atividade. Por isso é preciso nos reportarmos a história e conhecermos os diferentes olhares referentes ao tema, que ainda perduram, assim como a falta de um planejamento que contemple a especifidades das crianças pequenas, em especial os bebês.
          Luciana Esmeralda Ostetto, trata o tema com propriedade ao escrever o texto: PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL... MAIS QUE A ATIVIDADE. A CRIANÇA EM FOCO, e como pedagoga sugiro aos meus colegas que o leia vislumbrando a realidade em que atuam. Em seu corpus, a autora discorre sobre os tipos de planejamentos que acontecem no ensino infantil e aponta as contradições de cada um.
          Na parte inicial é apresentado o conceito de planejamento e plano. Logo a seguir o texto é subdivide em tópicos que versam sobre os diferentes tipos de planejamento, cujos temas reproduzo abaixo:
  • Planejamento baseado em listagem de atividades;
  • O planejamento baseado em datas comemorativas;
  • Planejamento baseado em aspectos do desenvolvimento;
  • Planejamento baseado em temas (tema integrador, tema gerador, centros de interesse, unidades de experiência);
  • Planejamento baseado em conteúdos organizados por áreas de conhecimento.

          E ao falar da intencionalidade nos chama a atenção sutilmente para o registro do que foi pensado, previsto. O documento a ser construído, o registro propriamente dito, é o instrumento Plano, segundo o qual
[...] se os educadores têm claro o que, para que e para quem planejar, não vai importar como está traduzido no papel. Nesse caso, a forma não vai alterar o produto. O fundamental, como nos diz o professor José Fusari “não é decidir se o plano será redigido no formulário X ou Y, mas assumir que a ação pedagógica necessita de um mínimo de preparo” [...]. (OSTETTO, 2011)
          Ao tratar da ação, do planejamento mais especificamente, Luciana Esmeralda Ostetto afirma:

O planejamento educativo deve ser assumido no cotidiano como um processo de reflexão, pois, mais do que ser um papel preenchido, é atitude e envolve todas as ações e situações do educador no cotidiano do seu trabalho pedagógico. Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiências múltiplas e significativas para com o grupo de crianças. Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Por isso não é uma fôrma! Ao contrário, é flexível e, como tal, permite ao educador repensar, revisando, buscando novos significados para sua prática pedagógica. O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo mas não pode ficar só na intenção, ou melhor, só na imaginação, na concepção. Ninguém diria que não é necessário escrever o planejamento. A intencionalidade traduz-se no traçar, programar, documentar a proposta de trabalho do educador. Documentando o processo, o planejamento é instrumento orientador do trabalho docente. (OSTETTO, 2011. Grifo nosso.)
          Na última parte a autora relata que a maioria das propostas de planejamento contemplam somente as crianças maiores (entre 4 e 6 anos) e faz uma análise apontando um caminho para a inserção dos bebês nas propostas de planejamento. Este último tópico é intitulado de: "Da crítica às possibilidades do compromisso à prática: Repensando o planejamento do trabalho na educação infantil, incluindo os bebês!".
        A autora diz ainda que o registro: o plano, é algo pessoal e cada educador tem a sua própria fórmula de fazê-lo.
[...] Na verdade, penso até que a forma de escrever um planejamento, no dia-a-dia, deve ser muito pessoal e, principalmente, funcional para o eeucador. Então, se ele necessita de tudo explicadinho, passo por passo, para não “se perder” entre uma e outra ação do cotidino, ele assim o faz. Se, ao contrário, para ele “se achar” necessita apenas listar tópicos, pode assim proceder. A questão não é a forma, mas os princípios que sustentam uma ou outra organização. Sem dúvida, a elaboração de um planejamento depende da visão de mundo, de criança, de educação, de processo educativo que temos e que queremos: ao selecionar um conteúdo, uma atividade, uma música, na forma de encaminhar o trabalho. Envolve escolha: o que incluir, o que deixar de fora, onde e quando realizar isso ou aquilo. [...]. (OSTETTO, 2011)
          Ao apresentar as formas mais comuns de planejamento na educação infantil a autora propõe um olhar mais atento para as crianças menores (0 a 3 anos); nos faz relembrar que o planejamento se constitui na ação e requer do educador a capacidade de um olhar atento, conhecimento referente ao desenvolvimento infantil, conhecimento da criança (não o aluno) e da realidade em que ela vive, disposição para reflexão incluindo nesta a capacidade de avaliar.

Referência:
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil... mais que a atividade. A criança em foco. Disponível em: . Acesso em: 08 jun. 2011.

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