sexta-feira, 24 de junho de 2011

Creche e Escolarização: como assim?

O cuidar, o educar e o brincar andam juntos na educação infantil...
Mas, nem sempre foi assim.


         A legalização (ou seria legitimação?) da Creche como parte da educação básica trouxe para ela inúmeras vantagens. Políticas públicas foram fomentadas e verbas destinadas, porém na maioria dos contextos não houve mudanças significativas em sua prática pedagógica.
         As leis garantiram a inserção das crianças de 0 a 3 anos num ambiente institucionalizado, com práticas que vai além do cuidar: que fomente o educar. Mas, muitas instituições que ofertam tal modalidade não se preparam para atender com qualidade esta faixa etária.
         O adiantamento das práticas do Ensino Fundamental não recai somente sobre a pré-escola. Muitas creches tomam para si práticas que não condizem com o perfil do seu alunado e deixam de promover aos pequenos atividades que os ajudem a se desenvolver, aquelas que preservam a essência deste momento: o brincar.
         A falta de formação específica para atuar em tal idade também tem sido um problema. Apesar da própria LDB 9394 de dezembro de 1996, dizer ser necessária na maioria das escolas os professores que ministram aulas para estas crianças não são habilitadas para a função. A resolução deste fato é relativamente simples, basta que se cumpra a legislação no que tange a formação inicial e continuada dos profissionais que atuam nas creches.
         É preciso que se tenha qualidade na formação inicial dos professores, principalmente dos pedagogos, e que a formação continuada aconteça em serviço para que as unidades de ensino (creches) possam ter identidade própria e atender as especificidades de seus alunos e da sociedade em que eles vivem.
         A concepção de creche como lugar de 'guardar a criança', onde ela possa ficar em segurança para sua mãe trabalhar, está ultrapassada há mais de 3 décadas, mas o entendimento e as posturas didáticas que reforçam tal equívoco ainda não. Vê-se isso claramente quando se admitem a contratação de 'cuidadores', 'monitores' para tais estabelecimento (a grande maioria deles sem nenhum conhecimento do desenvolvimento infantil (Jean Piaget e Vygostisky). E, ao se propor práticas de adiantamento de comportamentos, atitudes e conceitos, metodologias e atividades específicos para o Ensino Fundamental aos pequeninos.
         O cuidar e o educar devem caminhar juntos, e o brincar ser a base para que o cuidado e a educação aconteça de forma mais natural possível para esta criança. Ao se constituir a unidade creche o entendimento deve se pautar nos fundamentos e princípios da infância e ter como objetivo geral a formação integral dela, e não a escolarização das crianças de 0 a 3 anos.
         Entre os inúmeros questionamentos a respeito dessa nova concepção da função da creche, alguns questionamentos são frequentes, dentre eles destaca-se: Qual é o postura adequada que o professor da Creche precisa ter? e para responder tal questão tomo as palavras das professoras Beatriz Ferraz e demais entrevistas pela UNIVESP TV no vídeo abaixo.

Educação Infantil: Cuidar, Educar e Brincar 


Referência:
Educação Infantil: Cuidar, Educar e Brincar. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=RiFXduOjRUI.


SANTOMAURO, Beatriz. O que não pode faltar na creche. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/nao-pode-faltar-428520.shtml.

MOÇO, Anderson. As crianças têm muito o que aprender na creche. Abril, 2010. ed. 231. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/criancas-muito-aprender-creche-educacao-infantil-aprendizagem-brincadeiras-linguagem-546791.shtml.

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